O AMBULANTE
É comum em nossos dias, onde quase todos tem um celular que
tira fotos, filma e permite compartilhar diversos conteúdos nas redes sociais,
pessoas disponibilizarem vídeos onde agentes de fiscalização são flagrados
apreendendo mercadorias de vendedores ambulantes ou os impedindo de continuarem
a exercer sua atividade.
Normalmente cria-se uma atmosfera onde os agentes de
fiscalização são apresentados como agentes da opressão que estão impedido um
"pai de família" de ganhar o seu sustento.
Há quem diga: é melhor na rua trabalhando do que na rua
roubando.
Existe uma inversão total do que realmente é bom e do que é
prejudicial para a sociedade.
O comércio ilegal de vendedores ambulante é altamente
prejudicial para a sociedade e eu gostaria de citar alguns fatos que demonstram
isso.
Primeiro, o comércio ilegal de vendedores ambulantes prejudica
o comércio local estabelecido dentro da lei. E aqui não estou me referindo ao
grande empresário, à multinacional, ou a franqueada de uma marca conhecida.
Mas, me refiro ao dono de uma lanchonete que acorda cedo para preparar seu
produto para vender, que contrata mão de obra e arca com os custos decorrentes
da relação trabalhista. Do dono de uma pequena quitanda ou de uma venda. Não é
justo com os comerciantes que contribuem com o desenvolvimento da cidade,
gerando empregos e pagando os seus impostos, que são obrigados a atender os
requisitos legais para exercer suas atividades.
Segundo, no geral não se pode constatar a procedência dos
produtos oferecidos pelos ambulantes.
Podendo estes produtos ser de procedência
ilícita, frutos de crimes (roubos, furtos, etc.). No caso de produtos
alimentícios é difícil constatar a validade, se a forma de preparo atende os
requisitos mínimos de higiene ou de conservação.
No caso dos produtos
alimentícios pode-se causar surtos de infecção intestinal ou de intoxicação
alimentar. E esse tipo de fato já ocorreu, no Brasil e no exterior.
Terceiro, o comércio ilegal de vendedores ambulante
inviabiliza qualquer ressarcimento por lesão, seja moral ou material. Ou seja,
se alguém comprar um produto com defeito vai precisar contar com a boa vontade
do vendedor ambulante para trocar o produto ou ressarcir seu dinheiro. E esse é
só um dos muitos exemplos de situações que podem ocorrer e não haverá condições
de buscar ressarcimento pelas vias legais.
Quarto, o comércio ilegal de vendedores ambulante geralmente ocupa indevidamente os espaços públicos, muitas vezes as calçadas, forçando as pessoas a correrem riscos andando no meio da rua junto com veículos. Os transeuntes e consumidores não encontram mais espaço nas calçadas para locomoção segura em muitas cidades.
Seria possível citar outros problemas decorrentes do
comércio ilegal ambulante como, por exemplo, o fato de ser comum os vendedores
ilegais ambulantes não se preocuparem sequer com a limpeza do local onde exercem
sua atividade, deixando tudo a cargo do Poder Público. E ainda o exercício
ilegal de vendedores ambulantes é negativo no que concerne na arrecadação de
impostos, no sistema previdenciário e também é um grande promotor do incentivo
a pirataria.
O comércio ilegal de vendedores ambulante é uma forma de
burlar a lei e por isso precisa ser coibida.
Esta situação está se agravando diariamente.
Assim sendo o comércio ilegal de vendedores ambulante deve e
precisa ser coibido sob pena de desestimular o empreendedorismo e causar graves
danos sociais.
Podemos dizer então que um dos fatores responsáveis pelas
péssimas condições de saúde, educação, segurança e etc que é direito para todos
é o comércio informal.
O mercado informal impede o crescimento e o aparecimento de empresas
que pagam impostos e empregam pessoas, com direitos trabalhistas garantidos,
pois possuem, muitas vezes, preços menores uma vez que não arcam com os tributos
como uma empresa ou pessoa que formaliza sua atividade.
E no final das contas quem paga mais caro é a sociedade que
ao optar por economizar seu dinheiro comprando nesse tipo de mercado enfraquece
a economia.
O comércio ilegal de vendedores ambulante não traz nenhum retorno à sociedade.